25.1.19
O dia que começa é o mesmo dia que acaba
Seria muito mais importante conseguir atravessar este mar e abrir os braços bem alto, esticar-me todo, libertar as energias sonâmbulas e erguer-me do escuro, do que cumprir a tarefa de estar presente todos os dias neste abecedário de poemas futuristas. Encontro nos livros um pouco do sossego que preciso para respirar melhor o tempo rarefeito e sei que o meu espaço é algo a gravitar no infinito destas palavras atrasadas. Levanto a cabeça e espreito o interior das casas, uma colectânea de cenários de filmes mundanos e de conversas secretas que se dissipam no tempo. Mas eu regresso à ideia de mar aberto, qualquer coisa imensa que me faça voar um pouco nesta noite.